IMPLANTAÇÃO DA POLÍTICA DA INDIGNIDADE EM DETRIMENTO DA SOBERANIA POPULAR
Segundo Denise Cabral dos Santos Indeque, coordenadora nacional de WANEP-GB, costuma-se dizer, que as eleições são a festa da democracia, É o momento único, em que escolhemos quem por nós decide. As eleições legislativas de 04 de Junho de 2023 foram decisivas para o povo guineense tendo em conta as dificuldades sociais de todos os níveis que gerou um divórcio entre eleitos e eleitores, onde o povo decidiu por uma maioria absoluta escolher a coligação PAI-Terra Ranka para os próximos 4 anos através de um Governo liderado por Geraldo Martins.
Seis meses depois das eleições de 4 de junho, e três meses depois da instituição do governo legitimo, saída das urnas, a Guiné-Bissau, já está no seu segundo governo inconstitucional devido as rivalidades e decisões dos políticos que na verdade pensam que a nação lhes pertence.
A Guiné-Bissau não vive, ainda, uma verdadeira Democracia, e não vive plenamente a sua Constituição, que é democrática em sua formulação, em sua inspiração e em sua objetivação.
Quando na verdade, a Guiné-Bissau deveria neste preciso momento vivenciar um período de plena cidadania ativa, e responsável pela observância das atuações dos representantes do povo.
Na verdade, Não há Democracia sem povo. E o povo não se faz substituir a sua vontade. A imposição da vontade de um de poucos é um exercício ilegítimo. Só a soberania do povo é um exercício legítimo.
O exercício da soberania popular exige, um conjunto de condições materiais, sociais e políticas, sem as quais não se pode falar da dignidade de cada um, nem da dignidade social e política de toda a sociedade.
A falta de nacionalismo, o ventre e o baixo-ventre dos políticos guineenses indigna toda a sociedade. E as dificuldades do povo adoecem a sociedade.
A dignidade é de um povo ou é de ninguém. Não haverá classes ou categorias sociais dignas na Guiné-Bissau enquanto a indignidade dos políticos prevalecer.
E torna-se urgente a necessidade de resgatar e restaurar a dignidade ética da vida pública.
Para que haja a paz e o desenvolvimento sustentável na Guiné-Bissau, precisamos mais do que nunca de estadistas que sonham, que lutam, que pensem primeiro na população, que tenha a coragem política de tomar decisões que, embora possam ser difíceis de suportar no início, tenham como único objetivo a construção de um país melhor para as gerações presentes e, sobretudo, para as gerações futuras, porque pertencem a nação, e jamais de políticos que pensam que a nação lhes pertence.