A Rede Oeste Africana para a Edificação da Paz (WANEP-GB) alertou para os conflitos inter e intrapartidários que estão a minar o panorama político na Guiné-Bissau, apontando incertezas em relação aos desafios que envolvem a Comissão Nacional de Eleições (CNE) e o Supremo Tribunal de Justiça.

A coordenadora nacional da organização, Denise dos Santos Indique, divulgou a informação esta quinta-feira, 24 de outubro, durante a formação de monitores comunitários sobre indicadores de monitorização eleitoral.

Indique destacou a instabilidade política gerada pela dissolução da Assembleia Nacional Popular, primeiro em 16 de maio de 2022 e novamente em 4 de dezembro de 2023, após eleições legislativas antecipadas em 4 de junho de 2023. A dissolução da Assembleia Nacional gerou tensões políticas e manifestações públicas por parte de atores políticos que denunciaram a ilegalidade da medida. A sociedade civil também se mobilizou em resposta a essa situação.

A ausência de um parlamento agrava-se com o debate sobre a data das próximas eleições presidenciais. Vários atores políticos defendem a realização das eleições presidenciais em novembro-dezembro de 2024, considerando o mandato de cinco anos do atual Presidente, eleito em novembro-dezembro de 2019.

No entanto, essa data é contestada pelo governo, criando tensões na atmosfera política. Neste contexto, a CEDEAO instou o governo guineense a acelerar o processo de organização de novas eleições legislativas para restabelecer a Assembleia Nacional Popular e permitir a eleição dos membros da CNE.

Denise dos Santos Indique explicou que a WANEP-GB está a trabalhar com atores eleitorais nacionais para identificar potenciais riscos de violência eleitoral, desenvolvendo e monitorizando indicadores para analisar os dados recolhidos.

O objetivo é contribuir para a redução da violência eleitoral durante as eleições legislativas e presidenciais na Guiné-Bissau, através do reforço das capacidades dos monitores comunitários.

Bissau, 24 de Outubro de 2024

Por: E-Global