WANEP pretende reduzir roubo de gado nas zonas transfronteiriças.
No âmbito do projeto “Luta contra roubo transfronteiriço de gado entre o Senegal e a Guiné-Bissau”, as estruturas da Rede Oeste Africana para Edificação da Paz de dois países [ Senegal e Guiné-Bissau] pretendem contribuir na luta contra o fenómeno e da gravidade do perigo da tal prática [ roubo] para as populações.
Durante os dias 29 e 30 de novembro decorreram nas regiões de Cacheu, Oio e Bafatá encontros de Elaboração e Validação da Convenção Comunitária para a Criação e Gestão de Corais de Gados nas Comunidades alvos.
Aos jornalistas, em Cacheu, a Coordenadora da WANEP Guiné-Bissau, Denise dos Santos Indeque, falou do impacto do Projeto para a segurança dos cidadãos na zona fronteiriça entre os dois países.
“No início do Projeto, fez-se um inquérito, do qual ressultou o relatório de Diagnóstico de local de segurança, onde 67 % da população não possui coral. Por isso, pretendemos criar coral comum para minimizar os conflitos ligados a roubo de gado e de naturezas diferentes na zona”, disse Dos Santos.
No âmbito do mesmo projeto, a WANEP Guiné-Bissau criou comités de diálogo e intercâmbio transfronteiriços que reúnem aldeias guineenses e senegalesas.
“Para além de facto de levantar a questão da guerrilha criminosa em termos das suas consequências para a estabilidade dos Estados envolvidos, o roubo de gado tem um impacto económico e humano importante nestas zonas fronteiriças”, enfatizou a coordenadora da WANEP Guiné-Bissau .
Durante anos, as aldeias de Casamance que fazem fronteira com a Guiné-Bissau foram vítimas de pilhagens e rusgas.
O roubo de gado continua a ser um tema quente nestas aldeias, onde rebanhos inteiros são regularmente dizimados por bandos armados que os transportam para a Guiné Bissau e vice-versa. Nesta área, grupos de ladrões tiram proveito da instabilidade crónica da região, em conflito há mais de 40 anos.
Os casos de roubo de gado e pequenos rebanhos estão a tornar-se cada vez mais frequentes, com o uso de armas de fogo. Esta situação preocupa cada vez mais a população, especialmente os agricultores da zona fronteiriça com o Senegal.
Entre 2018 e 2019, pelo menos 1.667 cabeças de gado bovino foram levadas por ladrões.
Para travar o fenómeno, foram tomadas várias iniciativas a nível estatal e comunitário, a lei que criminaliza o roubo de gado, o registo do gado, as reuniões de segurança, a introdução de autorizações de transporte de gado, a criação dos Comités de Vigilância.
Rádio Capital Fm
Por Mamandin